A concelhia do PS de Ponte da Barca exigiu à maioria social-democrata que lidera a Câmara um comportamento de “responsabilidade, estabilidade e verdade” face ao que classificou de “mais uma reviravolta” na composição do executivo municipal.

Isto após o comunicado da autarquia barquense, da dar conta que “em virtude da pública desarticulação política, informa-se que a Senhora Vereadora Dr.ª Maria José Gonçalves deixará de exercer as presentes funções em regime de tempo inteiro.” Na referida nota o município adianta que “para uma melhor operacionalização do Executivo Municipal nas várias áreas de governação autárquica, tornando-o simultaneamente mais eficiente do ponto de vista dos recursos financeiros do Município,” o autarca barquense aceitou o pedido “abnegado de suspensão do mandato do Senhor Vereador Dr. José António Ribeiro da Costa, pelo período de cento e oitenta dias.”

Em comunicado, Maria José Gonçalves explica que “esta comunicação foi redigida previamente à destituição pelo Presidente da Câmara Municipal dos pelouros que haviam sido atribuídos enquanto Vereadora em regime de permanência.” e refere que “volvidos 15 dias” da redistribuição de pelouros “ainda não se definiram as competências dos Vereadores da Câmara Municipal. Os verdadeiros decisores políticos não são os eleitos, são um conjunto de pessoas, certamente autorizados pelo Senhor Presidente, que chantageiam, ameaçam, negoceiam, violam privacidade, difamam, decidem”.

Assume ainda que foi para a autarquia para “trabalhar com transparência, lisura, respeito pela dignidade humana, equidade, justiça, legalidade. Vim para tentar fazer melhor do que todos aqueles que havia criticado. Vim para poder contribuir para uma mudança positiva das condições de vida dos Barquenses, para podermos construir uma Barca mais próspera, mais coesa, mais feliz. Não vim para brincar aos ”joguinhos de poder” nem à “feira de vaidades”. Assim, tal como havia afirmado, continuarei, até ao último dia do mandato, a tentar fazer o meu melhor. Não posso, no entanto, ser responsabilizada por aquilo que não me deixam fazer, por aquilo que outros, sem terem sido sufragados pelos Barquenses, decidem e fazem.”

A vereadora barquense, agora sem pelouros, acusa ainda o autarca barquense Augusto Marinho de ser “o responsável por toda esta situação” pois “não honrou a palavra dada”. Afirma ainda que “com pelouros ou sem pelouros, continuarei a defender e a trabalhar até ao fim do mandato para que fui eleita de acordo com o Programa Eleitoral sufragado democraticamente, tendo em vista os superiores interesses do Concelho e de todos os Barquenses.”

 

Para o PS, o presidente da Câmara “deve uma explicação clara e inequívoca aos barquenses sobre o que, efetivamente, se passa com o executivo municipal e sobre as verdadeiras razões das constantes trapalhadas que mancham o bom nome e a dignidade do concelho”. A concelhia do PS adianta que o comunicado emitido pela Câmara Municipal sobre as alterações introduzidas “é pouco claro, não refere os verdadeiros motivos da nova situação, e é simultaneamente pouco transparente, omitindo que os pelouros foram retirados à vereadora”.

“Mais grave ainda são as afirmações proferidas pela vereadora Maria José Gonçalves num comunicado por ela emitido, onde afirma que volvidos 15 dias da redistribuição de pelouros ainda não se definiram as competências dos vereadores da Câmara e que os verdadeiros decisores políticos não são os eleitos, são um conjunto de pessoas, certamente autorizados pelo senhor presidente, que chantageiam, ameaçam, negoceiam, violam privacidade, difamam, decidem”, acrescenta a nota do PS.

Categorias: Noticias