O líder da concelhia do PS de Arcos de Valdevez não acredita que “o milhão e cem mil eleitores a nível nacional, e os 900 eleitores arcuenses”do Chega “sejam fascistas”.

Para João Braga Simões, os resultados revelam que “são cidadãos que a democracia afastou e que um partido soube arregimentar, da abstenção ou doutras escolhas políticas”.

Em comunicado, o líder dos socialistas arcuenses afirma mesmo, “sem paternalismos” que “isto significa que nós falhamos em apontar caminhos”.

“Significa que, 50 anos depois do 25 de Abril, abrimos brechas para a destruição daquilo que colectivamente conquistamos em 1974, mesmo que sejam brechas democráticas”, considera.

E adianta que “a democracia é isto mesmo, carrega, em si mesma, a semente da sua própria destruição. Velada, disfarçada, mas é assim que se enfraquece a democracia, aos pouquinhos”.

Na nota enviada às redações, João Braga Simões é da opinião que “no frenesim das conquistas da democracia, não só da Democracia como sistema, mas das conquistas que obtivemos no período democrático, evoluímos na nossa participação cívica de um furor inicial, de um sonho de construção da sociedade e das suas múltiplas possibilidades com participações eleitorais com abstenções residuais, para um momento atual de ausência de participação não só de eleições, como de vários momentos do processo democrático entre eleições”.

“Passamos à condição de nos sentirmos livres apenas porque podemos falar livremente e votar de 4 em 4 anos. Mas assim, a democracia enfraquece aos pouquinhos. As motivações do PS em Arcos de Valdevez existem entre eleições, trabalham-se entre eleições, porque há lutas a travar entre eleições”, sustenta.

João Braga Simões aproveita para deixar a mensagem que, em Arcos de Valdevez, o PS “sempre fez a luta contra o sistema instalado, sempre lutou contra as injustiças, sempre apontou aqueles que se aproveitam dos cargos públicos para benefícios privados”.

O líder da concelhia socialista diz que o PS “esteve sempre do lado dos arcuenses na hora de denunciar os ataques à democracia local”.

“Chega de acharmos que quem vem para destruir tem a capacidade de construir o futuro. Chega de acharmos que são todos iguais. Chega de acharmos que a política serve para nos servirmos e não para o seu nobre princípio de servir o outro, de servir a comunidade”, aponta, acrescentando que o PS continuará “por cá nos próximos 50 anos de Democracia, para o que der e vier”, até porque, na opinião de João Braga Simões, a “Democracia constrói-se aos pouquinhos”.

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