A autarquia de Arcos de Valdevez quer criar um Pólo de Inovação Rural, em Monte Redondo, aproveitando as instalações de um antigo centro de formação rural, que é propriedade do Ministério da Agricultura.

Numa cerimónia nos Paços do Concelho, que decorreu esta quarta feira,o autarca arcuense aproveitou a presença do secretário de Estado da Agricultura, Rui Martinho, para solicitar ajuda ao Governo.

João Manuel Esteves afirmou que “é importante dar um salto em frente, podermos mostrar novas tecnologias que estão a chegar todos os dias à agricultura, novos produtos, e estarmos preparados por intermédio deste polo de inovação rural”.

O edil explicou que o Pólo de Inovação Rural terá “a ajuda do sistema científico e tecnológico” através do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), “mas também das associações de produtores e de todos aqueles que possam, efetivamente, contribuir para essa melhoria da inovação que é absolutamente essencial neste momento”.

João Manuel Esteves reforçou que “o local existe, tem uma propriedade com cerca de cinco ou seis hectares, tem três casas que precisamos de reabilitar. É necessário termos equipamento para os laboratórios. Também é importante ter condições para fazer espaços de incubação. Há muita gente a chegar, que quer fazer inovação e que não tem um espaço”.

Questionado sobre os valores necessários para o investimento, o autarca não avançou com nenhum montante, mas considerou que será uma verba “considerável”.

O presidente da autarquia pediu ainda a Rui Martinho o “reforço de algumas medidas do PEPAC para os custos pesados dos custos de produção”.

Em Arcos de Valdevez, o mundo rural é assente no minifúndio, sendo que ““nos 400 quilómetros quadrados do concelho existem 900 a mil explorações agrícolas e cerca de 15 mil efetivos de gado bovino, caprino e ovino”, divulgou.

Por isso, João Manuel Esteves afirmou que é “extremamente importante que se direcionem e reforcem os apoios para os territórios de minifúndio e de montanha. Pedimos e chamamos a atenção do secretário de Estado, não só porque é preciso criar rendimento para que pessoas se fixem, mas também porque os fatores de produção na agricultura, neste momento, estão complicadíssimos. Tem de haver apoios, porque se não as pessoas podem desanimar e, se desanimam, depois é muito difícil retomarem”.

Presente na cerimónia de assinatura de dois protocolos para renovar a distribuição da carne cachena nos refeitórios das escolas, o Secretário de Estado da Agricultura fez questão de sublinhar que o seu ministério quer “fazer parte deste processo e de estar envolvido neste projeto concreto de apoio aos agricultores”.

Rui Martinho deu ainda garantias de que vai articular com o Ministério das Finanças, que tutela o património do Estado, a “refuncionalização do antigo centro de formação profissional”.

Autarquia celebrou protocolos com vista à renovação da distribuição da carne cachena dos refeitórios das escolas. Secretário de Estado afirmou que é um exemplo de valorização dos produtos locais e que deveria ser seguido por outros municípios

O apelo ao Governo surgiu no âmbito da assinatura de dois protocolos entre a autarquia e Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez, o Agrupamento de Escolas de Valdevez, a Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do Agrupamento de Escolas de Valdevez e a UNISELF – Sociedade de Restaurantes Públicos e Privados, SA, para assegurar a renovação do fornecimento de carne cachena para ser servida nos refeitórios escolares.

O protocolo com a Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca pretende apoiar os produtores de bovinos, caprinos e ovinos em 50% dos custos relacionados com a sanidade animal, num investimento de 38.500 euros.

O secretário de Estado disse que a celebração destes protocolos representa “”um excelente exemplo da articulação entre municípios, cooperativas agrícolas, associações de produtores, comunidade escolar e empresas”, permitindo “valorizar os nossos produtos de qualidade e o trabalho das pessoas que vivem e trabalham” em Arcos de Valdevez.

Rui Martinho adiantou que “é muito importante para nós este exemplo, porque gostávamos que fosse seguido por muitas outras regiões do país”, considerando que “essa é a forma mais eficaz de garantir o desenvolvimento dos nossos territórios, juntando esforços e valorizando com isso o que temos de mais precioso”.

Após a sessão, a comitiva almoçou no refeitório da EB 2/3 S que serviu carne cachena a todos os convidados.

João Manuel Esteves apelou ainda a um “simplex” nas candidaturas ao PEPAC e solicitou a criação de mais 2 equipas de Sapadores Florestais

João Manuel Esteves pediu ainda um “simplex” para as candidaturas ao PEPAC, por considerar que algumas “candidaturas são carregadas de papéis”.

Aproveitando a presença do secretário de Estado, o autarca apelou à criação de mais duas equipas de sapadores florestais.

João Esteves disse que, apesar do município ter mais hectares do que é necessário, “concorremos sucessivamente para ter mais duas equipas de sapadores florestais, mas confrontamo-nos sempre com uma dificuldade burocrática por não termos 2.500 hectares de floresta contínua e contígua”.

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