Pavilhão está interditado há 6 anos devido a uma tempestade que levantou parte do telhado e provocou danos estruturais

Mais de 280 pessoas deixaram a sua assinatura num abaixo-assinado onde reclamam obras no Pavilhão Gimnodesportivo do Centro Escolar de Entre Ambos os Rios, situado na União de Freguesia de Entre Ambos os Rios, Ermida e Germil, em Ponte da Barca.

Em declarações à Agência Lusa, o atual presidente da câmara, Augusto Marinho, explicou que as “obras de reabilitação suspensas desde fevereiro” do ano passado, “foram retomadas nos primeiros dias deste mês e deverão estar concluídas em finais de fevereiro, num investimento que ronda os 70 mil euros”.

No documento, enviado à autarquia a 6 de dezembro, a população explica que, o Pavilhão foi construído na mesma altura que o Centro Escolar com o objetivo de dar apoio, não só à prática desportiva dos alunos mas também para “substituir o campo de futebol da “e dar um espaço próprio à Associação para “as suas atividades”.

Em comunicado, Tanya Pires, mãe e moradora na freguesia, adianta que “apesar de ter custado quase 1 milhão de euros”, o Pavilhão “começou, em pouco tempo, a deixar entrar água”. Todavia, continuou a ser utilizado “para jogos de futebol e outras atividades”.

No entanto, na sequência de “uma tempestade”, “parte do telhado levantou” e o Pavilhão acabou por ficar “interdito pois disseram que tinha sido algo estrutural”.

A porta-voz do manifesto garante que se passaram 6 anos e que, ao longo do tempo, foram vários “os pedidos junto da câmara municipal para que se fizessem as obras”.

“Já foram dadas muitas razões pelas quais o Pavilhão continua interdito, muitas mais vezes se reclamou, mas mesmo assim (…) continua interdito e as obras por realizar”, refere Tanya Pires, sublinhando, no entanto, a “excepção dos Trails realizados pelos Carlos Sá – o Serra Amarela Sky Marathon – onde a Câmara dá autorização para a utilização dos balneários deste mesmo Pavilhão”.

Atualmente, e de acordo com Tanya Pires, que se mudou de Lisboa para a freguesia barquense de Entre Ambos os Rios, à entrada do Parque Nacional Peneda Gerês, a Escola Básica de Entre Ambos-os-Rios tem cerca de 60 alunos, desde o pré-escolar ao 4º ano do 1º ciclo.

Segundo Tanya Pires, “as crianças do Centro Escolar estão sem Pavilhão para a realização de Desporto Escolar”, a Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Entre Ambos-os-Rios “não tem espaço para realizar as suas atividades” e “os locais não têm espaço para a realização das suas atividades recreativas ou desportivas”.

O abaixo-assinado reuniu assinaturas “de locais e pessoas que mesmo não morando” na União de Freguesia “concordam que é um ultraje um investimento tão grande e que tanta falta faz, estar ao abandono e a degradar-se de dia para dia”.

Autarquia decidiu avançar com as obras enquanto se apuram as responsabilidades

Contactado pela Agência Lusa, o presidente da câmara explicou que foi “acionado o seguro e contactado o autor do projeto, sendo que em ambos os casos foram declinadas responsabilidades”.

Augusto Marinho acrescenta ainda que por se tratar de “um equipamento extremamente importante, e para a população não continuar privada da sua utilização” o executivo “decidiu não esperar pelos tribunais, onde pretende apurar a responsabilidade dos danos, e avançou com a reparação do pavilhão, abrindo concurso público em 2020”.

A empreitada foi adjudicada em fevereiro de 2021 mas a empresa responsável pela obra acabou por detetar “danos ainda mais graves, com fissuras de 45 graus nos pilares do edifício e pediu a intervenção de técnicos municipais”.

O autarca referiu que “foi necessário fazer uma reavaliação e adequação do projeto de reparação aos problema estruturais graves detetados” sublinhando que foi encontrada “uma solução adequada e a obra recomeçou nos primeiros dias de janeiro e estará concluída em finais de fevereiro”.

Augusto Marinho disse que compreende “perfeitamente a angústia da população”, com quem está solidário e preocupado mas reforça que “o município não pode correr riscos ao nível da segurança dos utilizadores do espaço” que, na sua maioria, são crianças e jovens.

O Pavilhão Gimnodesportivo e o Centro Escolar foram inaugurados em outubro de 2010, pela Ministra da Educação da altura, Isabel Alçada, e a autarquia era liderada pelo socialista Vassalo Abreu.

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