A deputada do PCP na Assembleia da República, Diana Ferreira, marcou presença numa audição pública que decorreu no Centro Escolar de Entre Ambos os Rios, que visou discutir várias situações relacionadas com o Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG).

Em declarações à Barca FM, a deputada deu nota dos vários problemas que foram debatidos na iniciativa, como “as preocupações cinegéticas e as pescas”, bem como “o desenvolvimento socioeconómico e cultural das populações residentes exigindo a garantia de elevar a qualidade das populações residentes condição única, para conquistar para a causa primeira da criação do Parque Nacional que, apenas fará sentido se estiver ao serviço das pessoas, nomeadamente daquelas que aí residem”, deu nota a deputada eleita pelo círculo eleitoral do Porto.

A deputada defendeu ainda “a presença de mais pessoas na gestão do parque, nomeadamente aqueles que lá vivem”. O partido considera que “a separação entre as gentes do Parque Nacional foi agravada no decurso do processo de revisão do Plano de Ordenamento do PNPG, por ter sido um processo marcado pela desvalorização da participação das populações, autarquias e outras entidades, pela postura adotada pelo ICNF e pela Direção do Parque que em vez de considerar as revindicações e as desconfianças das populações optou por acentuar essas mesmas desconfianças e oposições ao plano de ordenamento impondo-o por decreto.”

Por seu lado, também o deputado da Assembleia Municipal de Ponte da Barca, Afonso Graçoeiro, criticou “o modelo de cogestão do parque” e defende que o mesmo “deve ter maior articulação” com todos os agentes. Destacou ainda “a importância deste tipo de iniciativas pois vão de encontro ao contacto direto com as populações”.

O partido defendeu ainda que não existe “diferenciação positiva dos residentes no Parque Nacional”, pois todos os presentes afirmaram que “na realidade apenas foi garantido o reconhecimento de direitos inquestionáveis da população, como são várias actividades com raízes seculares, como o pastoreio, a agricultura, e a circulação pelo Parque Nacional, território maioritariamente propriedade de particulares e das entidades comunitárias das diversas freguesias”. O PCP defende que o que se exige é “a criação formas de compensar as populações residentes por estas não poderem usufruir das receitas da energia eólica, por não poderem usar os recursos naturais, como a extracção de saibro ou de pedra, por não poderem usar muitas vias de acesso dentro do Parque Nacional que estão intransitáveis, e por tantas outras situações que prejudicam gravemente quem cá reside”.

Outro tema levantada pelo deputado barquense Afonso Graçoeiro, foi a questão da “massificação do turismo”, em algumas zonas do parque que resulta numa “pressão humana muito grande” e que o espaço “não está preparado nem tem capacidade de resposta”.

A deputada do PCP, Diana Ferreira, garantiu que iria dar seguimento às preocupações levantadas na sessão dentro das suas competências.

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