A cerimónia de hastear das bandeiras, que marca o arranque das celebrações do Dia do Município em Ponte da Barca, ficou marcada pela marcha intitulada “Luto pela Democracia”.

Em declarações aos órgãos de comunicação, o autarca Augusto Marinho referiu que a manifestação “é um ato normal em democracia”, o que “não é normal são os fundamentos” desta manifestação, que o autarca considera que “não estão corretos”. Augusto Marinho afirmou que “o regimento é um conjunto de regras com que vamos orientar as reunião do executivo”, que são “reuniões de trabalho e não momentos de auto promoção”. O edil barquense garante “que não há nenhum ponto do regimento que não cumpra a lei” e assume que o regimento “foi criado para melhorar a eficácia das reuniões e o que os barquenses querem é que as reuniões resolvam os seus problemas”. Assume ainda que o regimento “foi criado com base num minuta da Associação Nacional de Municípios, que certamente cumpre a lei”.

Augusto Marinho referiu alguns pontos do regimento que são alvo de protesto. Primeiro a questão “da pré inscrição do público, que se prende com a eficácia, pois desta forma, expondo o assunto anteriormente, no dia da reunião pode haver uma resposta aos problemas”, no entanto, o autarca garante que “isto não invalida que alguém que queira ir à reunião e colocar um assunto não possa fazê-lo, obviamente que também pode, mas a resposta é que pode não ser tão esclarecedora”.

O edil referiu ainda que “as manifestações são a democracia a funcionar, mas a democracia também falou no dia 26 de Setembro” e lamentou “alguns excessos”.

José Machado – “este é um regimento de opressão”

Um dos organizadores da manifestação, José Machado, referiu que este “protesto saiu à rua contra o novo regimento, que não se aplica aos dias de hoje”.

“Em pleno século XXI termos regimentos onde diz que os vereadores não podem dar contraresposta aos argumentos do presidente é uma coisa surreal”, considerou o membro da organização.

José Machado, que foi mandatário da juventude da candidatura do PS nas passadas eleições autárquicas, afirmou ainda que “este é um regimento de opressão” e é “bonito ver que há tantas pessoas revoltadas e outras que não estão aqui por medo de represálias”.

O jovem mostrou-se ainda “muito satisfeito pela adesão das pessoas que saíram à rua para lutar pelos seus direitos” e garantiu que “este movimento vai continuar enquanto as coisas continuarem assim”.

“Não é com gosto que saímos à rua, mas sim por necessidade e iremos sair quantas vezes forem precisas até que se faça justiça em Ponte da Barca”, finalizou José Machado.

Augusto Marinho – “Isto revela mau perder”

O autarca social democrata referiu ainda que “mais estranho é que os elementos que estão” na manifestação “são maioritariamente, senão todos, elementos que pertenceram às listas do PS” nas passadas eleições autárquicas. Para Augusto Marinho, o “processo eleitoral passou e os barquenses já decidiram” e agora é preciso “aceitar os resultados”, considerando que isto “revela mau perder”.

O autarca referiu ainda que o regimento de 2013, do executivo PS, “dizia exatamente a mesma coisa neste ponto” e considera que “no poder têm umas regras e na oposição já é diferente”.

“Regimento tem objetivo de procurar a eficácia”

Relativamente a outro ponto evidenciado pelo autarca, a questão que o regimento “refere que na tarde anterior à reunião é dado um período aos vereadores para consultar os processos com acompanhamento dos técnicos”, no entanto, “toda a gente sabe que os vereadores têm acesso a toda a documentação que quiser”. Augusto Marinho garantiu que “o objetivo foi apenas de em vez de se colocarem questões técnicas na reunião, quem se quiser preparar pra ter todos os dados para tomar melhores decisões, tem um espaço para que os técnicos também estejam presentes”.

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